Uma reserva de emergência é essencial para garantir tranquilidade e segurança financeira. Ela é como um “colchão” que amortece os impactos de imprevistos, como uma perda de emprego, um problema de saúde, ou até mesmo despesas inesperadas de casa, doença ou carro. Ter uma reserva de emergência evita que você precise recorrer ao cheque especial ou a empréstimos com juros altos e manter suas finanças sob controle em situações delicadas.
Por que devemos construir uma reserva
O cenário econômico no Brasil é frequentemente instável, e a reserva de emergência é como um “porto seguro” em meio a essas incertezas. Ela oferece a liberdade de enfrentar períodos difíceis sem desespero financeiro. Imagine, por exemplo, que você precise de uma consulta médica de urgência com um valor mais alto. Ter uma reserva evita que você precise buscar um crédito que pode acabar virando uma dívida difícil de pagar.
Além disso, ela também é essencial para quem deseja fazer investimentos. Com reserva de emergência, você pode investir com mais tranquilidade e visão de longo prazo, sem ter que sacar investimentos planejados em caso de necessidade urgente.
Como calcular o valor da reserva de emergência?
Para começar, o ideal é que sua reserva tenha o equivalente a pelo menos de três a seis meses das suas despesas mensais. Isso significa que, se você gasta R$ 2.000 por mês com todas as despesas, o valor mínimo da sua reserva deveria estar entre R$ 6.000 e R$ 12.000. Esse cálculo é pessoal e deve considerar a estabilidade do seu emprego, quantas pessoas dependem da sua renda e o quanto você gostaria de se sentir seguro com o valor guardado.
Como construir uma reserva de emergência?
- Planejamento : Avalie quanto você gasta em média por mês e defina o valor que deseja atingir. Isso ajuda a criar um objetivo claro e realista.
- Consistência : Reserve uma quantia mensal, mesmo que pequena. A constância é mais importante do que o valor inicial. Para muitos brasileiros, economizar uma parte do salário pode ser difícil, mas é importante começar, mesmo que com R$ 50 ou R$ 100 por mês.
- Evite saques desnecessários : Tenha em mente que essa reserva é para emergências reais. Então, sempre questione se o motivo realmente justifica o saque.
Onde “guardar” a sua reserva de emergência?
Uma boa reserva de emergência deve ser armazenada em aplicações de baixo risco, alta liquidez (ou seja, onde você pode resgatar o dinheiro a qualquer momento) e algum rendimento, para que ela não perca o valor com o tempo. Abaixo, estão alguns exemplos acessíveis e práticos:
- Caixinhas de bancos digitais : Plataformas como o Nubank, PicPay e Mercado Pago possuem opções de “caixinhas” ou contas que rendem com liquidez diária. Nelas, você pode depositar seu dinheiro e ele renderá automaticamente a uma taxa próxima ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que acompanha a taxa Selic. A vantagem é que é fácil de usar e permite resgates imediatos para emergências.
- CDB com liquidez diária : Vários bancos digitais, como Inter, C6 Bank e Sofisa Direto, oferecem CDBs (Certificados de Depósito Bancário) com liquidez diária, que rendem 100% do CDI ou até mais. O CDB é seguro, pois é coberto pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até o limite de R$ 250 mil por instituição financeira, por CPF. Como esse tipo de investimento tem resgate diário, você pode usar sua reserva quando precisar.
- Tesouro Selic : O Tesouro Selic é um título público de renda fixa, onde o rendimento acompanha a taxa Selic. É considerado um dos investimentos mais seguros, pois é garantido pelo governo. Isso é indicado especialmente para quem quer uma opção segura e que costuma render mais que a poupança. A desvantagem é que, em resgates a prazo curto (menos de 30 dias), pode haver cobrança de IOF e uma taxa de custódia, mas é uma opção excelente para quem deseja guardar uma reserva para o prazo médio.
- Poupança : Apesar de ser uma aplicação mais popular, a poupança rende menos que outras opções, especialmente em momentos de inflação alta. Ela só compensa caso você precise de uma conta muito prática, mas é importante saber que o rendimento será menor do que o oferecido por outras alternativas.
Conclusão
Montar uma reserva de emergência no Brasil pode parecer desafiador, mas mesmo pequenas quantidades economizadas com frequência fazem uma diferença enorme no longo prazo. A dica é começar com pouco, aproveitar as opções que temos hoje de bancos digitais e investir em produtos que combinem segurança e liquidez. Assim, você estará sempre pronto para os imprevistos sem prejudicar sua saúde financeira.